10/07/2021

Descansarei pois sei que és Deus



Descansarei pois sei que és Deus

          
          "Se o trovão e o mar
          Se erguendo vem
          Sobre a tempestade eu voarei
          Sobre as águas tu também és rei
          Descansarei pois sei que és Deus"

          Quantas vezes cantamos os versos acima bem afinadinhos e conscientes de sua linda melodia e forte letra.
          Proponho então um exercício: pense numa situação do mais absoluto pavor que poderia fazer parte de sua experiência de vida.
          A minha é sugerida na própria letra desse louvor. 
          Completamente dopada sou colocada num navio (pode ser aqueles lindos e divertidos de cruzeiro mesmo). 
          Muito mar, muito verde e azul, diversão, boa alimentação. 
          Eis que surge uma situação de perigo iminente. 
          No horizonte nuvens negras de presságio.
          Ondas gigantescas a bater no casco e no fundo do barco se transformam em muros de metros de altura, os roncos do casco fazem pressupor que em breve se partirá em dois, tornando completamente inútil a estrutura pesada do navio. 
          Lançada ao mar, sinto-me como uma casquinha de noz que jamais poderá matar a fome do cardume de tubarões que se aproxima. 
          Não há para onde olhar; se olhamos, o pavor aumenta. 
          Só o céu pode nos dar esperança. 
          Mas este, no momento está completamente riscado e agitado por trovões e relâmpagos. 
          Nem a voz do meu irmão que me dizia quando eu era criança: "não tenha medo do trovão , porque se você o ouviu, o perigo maior (raio) já passou", pode me acalmar. 
          Eu ficava histérica com grandes barulhos de fogos de artifício, trovão, bombas de São João etc.
          O medo é tamanho que não consigo pensar. Jonas viveu situação parecida com a que imagino aqui e pior. 
         Afinal, não quero desencorajar ninguém a fazer e se divertir em um cruzeiro marítimo.
         Voltando ao meu pesadelo: no meio do meu terror só consigo olhar para o céu naquela antecipação "logo estarei lá". 
          E aí me vem à lembrança uma manhã fresca de domingo. E um grupo bem sequinho cantando esse hino. Eu tento, mas não consigo de imediato, sentir qualquer espécie de paz..
          Penso, então, se não consigo cantar aqui, no meio do mar bravio, é que não consegui passar no teste da fé que me é requerida:
          "SOBRE A TEMPESTADE VOAREI
           DESCANSAREI POIS SEI QUE ÉS DEUS"

           Esse é o retrato da confiança que Deus quer ver em nós.
           Obrigada, Senhor, por saber exatamente o que o tamanho de minha fé é capaz de suportar.

           E obrigada por me tirar de lugares bravios de provação dos quais sozinha jamais conseguiria sair.
           E obrigada por lembrar que a fé que agrada a ti é essa: alçar voo em meio às tempestades da vida

                                         Edna de Vasconcelos




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