Eu, ecológica

          Bem que eu tento deixar vocês livres das minhas divagações. 

          Mas não tem jeito. 

          Os pensamentos fervilham e eu não tenho outra opção senão pô-los para fora, até para evitar uma explosão. 

          Dai, sim, ia sair pedaços de Edna para todos os lados.

          Hoje amanheci ecológica e, espero, no melhor sentido da palavra, ou seja, segundo aquilo que aprendemos na Palavra.

          Cremos que Deus criou a Terra (nosso lindo planeta) do caos. 

          Matéria informe e que em Suas Mãos se transformou em um maravilhoso e aprazível jardim para morada daquele que Ele queria que fosse seu amigo e companheiro.

          Deus não erra, sabemos disso; mas, se por algum momento de perigoso devaneio pudéssemos acreditar que sim, esse seria Seu mais perigoso deslize: deixar o homem cuidar e arar a terra, conservando em seu estado de perfeição tudo aquilo que o próprio Deus decretou: tudo estava muito bom, perfeito.

          Mas, inspirado pelo nosso arquiinimigo, o homem começou a ter ideias e vontade próprias e se tornou instrumento do arquiinimigo que, por ciúme e inveja, queria reinstalar o caos. 

          E conseguiu!!! Na alma, nos anseios e na vida da criatura, formada tão perfeita a ponto de ser admirada até pelos anjos.

          E chegou a tal ponto a derrocada que hoje, mãos na cabeça, nos perguntamos o que fazer para restaurar o queijo suíço que nos sobrou depois de tanto mal feito.

          Li outro dia, e achei interessante, mais ou menos o seguinte: 

          "Estamos muito preocupados em deixar um planeta melhor para nossos filhos, mas, ninguém se preocupa em deixar filhos melhores para nosso planeta."

          Até quando vamos deixar que as ambições e as edições ilimitadas das leis de Gérson (lembram-se: "eu quero é levar vantagem em tudo.") nos conduzam?

         Nada mudará sem uma mudança radical nos sentimentos do nosso coração e na visão que temos na vida como um todo, ou seja, não só para mim, mas também para aquele que caminha ao meu lado.

                                       Edna de Vasconcelos